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Amigos, amigos... negócios à parte

Amigos, amigos... negócios à parte
Photo by Ian Schneider 

Iniciar uma startup é um desafio empolgante que demanda paixão, dedicação e habilidade. Além disso, é essencial ter um bom co-fundador, alguém que compartilhe sua visão, complemente seus pontos fortes e o apoie nas diversas etapas da jornada empreendedora. Mas como encontrar uma pessoa assim? Devemos procurar um amigo com o qual fazer negócio, ou buscar alguém novo com outras qualificações e outra mentalidade? Muitos podem ser tentados a escolher a primeira opção, pensando que trabalhar com um amigo seria mais agradável, confortável e confiável. Afinal, vocês já se conhecem bem, possuem um vínculo sólido e compartilham interesses e valores comuns. No entanto, isso pode não ser a melhor ideia, pois há muitas armadilhas e riscos em transformar um amigo em co-fundador.

Amizade e Negócios São Mundos Diferentes

Um dos principais desafios ao trabalhar com um amigo é que amizade e negócios são esferas diferentes com regras, expectativas e metas distintas. A amizade é baseada em afeto mútuo, lealdade e suporte, enquanto os negócios são baseados em benefício mútuo, desempenho e responsabilidade. Essas duas esferas nem sempre se alinham e podem até entrar em conflito, criando tensão e confusão no relacionamento.

Por exemplo, como amigo, você pode querer ser solidário, empático e flexível com seu co-fundador, mas como parceiro de negócios, pode ser necessário ser crítico, objetivo e rigoroso. Como amigo, você pode querer evitar confrontos, fazer concessões e preservar a harmonia, mas como parceiro de negócios, pode ser necessário expressar suas opiniões, negociar e resolver conflitos. Como amigo, você pode querer compartilhar tudo, confiar cegamente e esperar reciprocidade, mas como parceiro de negócios, pode ser necessário proteger seus interesses, verificar fatos e exigir responsabilidade.

Essas diferenças podem levar a mal-entendidos, ressentimentos e frustrações, pois você e seu amigo podem ter expectativas e suposições diferentes sobre os papéis, responsabilidades e comportamentos um do outro. Você também pode achar difícil separar o pessoal do profissional e equilibrar o tempo e a energia dedicados a cada aspecto do relacionamento. Pode acabar arruinando sua amizade ou seus negócios, ou ambos.

Amizade e Co-Fundação Requerem Habilidades Distintas

Outro desafio ao trabalhar com um amigo é que amizade e co-fundação requerem habilidades distintas que podem não estar presentes ou serem compatíveis em seu amigo. A amizade é baseada em similaridade, compatibilidade e familiaridade, enquanto a co-fundação é baseada em diversidade, complementaridade e novidade. Esses dois aspectos nem sempre coexistem e podem até prejudicar um ao outro, criando ineficiência e estagnação na startup.

Por exemplo, como amigo, você pode valorizar e apreciar ter personalidades, origens e interesses semelhantes ao seu co-fundador, mas como co-fundador, pode precisar e se beneficiar de ter perspectivas, experiências e habilidades diversas. Como amigo, você pode apreciar e respeitar ter valores, crenças e metas compatíveis com seu co-fundador, mas como co-fundador, pode precisar e dar as boas-vindas a ter forças, fraquezas e papéis complementares. Como amigo, você pode preferir e confiar em ter padrões, rotinas e hábitos familiares com seu co-fundador, mas como co-fundador, pode precisar e procurar por ideias, desafios e oportunidades inovadores.

Essas diferenças podem levar a tédio, complacência e mediocridade, já que você e seu amigo podem carecer da variedade, equilíbrio e inovação necessários para uma startup. Você também pode achar difícil aprender um com o outro, crescer juntos e se adaptar a circunstâncias em constante mudança. Pode acabar limitando seu potencial, perdendo oportunidades ou ficando para trás na competição.

Amizade e Co-Fundação Têm Resultados Diferentes

Um desafio final ao trabalhar com um amigo é que amizade e co-fundação têm resultados diferentes que podem não ser favoráveis ou sustentáveis para seu amigo. A amizade é baseada em diversão, satisfação e felicidade, enquanto a co-fundação é baseada em risco, incerteza e estresse. Esses dois resultados nem sempre se alinham e podem até prejudicar um ao outro, criando decepção e arrependimento no relacionamento.

Por exemplo, como amigo, você pode esperar e desejar se divertir, se realizar e se alegrar com seu co-fundador, mas como co-fundador, pode enfrentar e suportar dificuldades, fracassos e dores. Como amigo, você pode presumir e acreditar que seu relacionamento durará, crescerá e florescerá, mas como co-fundador, pode perceber e aceitar que sua startup pode acabar, pivotar ou sair. Como amigo, você pode apreciar e celebrar suas conquistas, memórias e vínculo, mas como co-fundador, pode perder e lamentar seus ativos, reputação e conexão.

Essas diferenças podem levar à desilusão, amargura e tristeza, pois você e seu amigo podem experimentar emoções, reações e consequências diferentes da jornada empreendedora. Você também pode achar difícil lidar com a perda, mudança ou separação que pode ocorrer. Pode acabar prejudicando sua amizade, machucando seu co-fundador, ou se arrependendo de sua decisão.

Conclusão

Em resumo, trabalhar com um amigo pode parecer uma boa ideia a princípio, mas pode não ser a melhor opção para sua startup ou sua amizade. Amizade e co-fundação são esferas diferentes que têm regras, expectativas e metas diferentes. Amizade e co-fundação exigem habilidades diferentes que podem não estar presentes ou serem compatíveis em seu amigo. Amizade e co-fundação têm resultados diferentes que podem não ser favoráveis ou sustentáveis para seu amigo. Portanto, em vez de tentar transformar um amigo em co-fundador, você deve tentar ser amigo de um co-fundador. Dessa forma, você pode evitar as armadilhas e riscos de misturar amizade e negócios e desfrutar dos benefícios e recompensas de ter um relacionamento profissional e pessoal com alguém que compartilha sua visão, complementa seus pontos fortes e o apoia nos altos e baixos da jornada empreendedora.

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